Na tarde de 31 de março de 2025, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) sediou uma audiência pública para discutir a cobrança da tarifa de esgoto na cidade, com ênfase na transparência dos valores cobrados e na qualidade dos serviços prestados. A sessão foi presidida pelo vereador Zé Ricardo (PT) e contou com a participação de diversas entidades e representantes da sociedade civil.

Sugiro que na oportunidade também façam a leitura deste texto que produzimos uns dias antes dessa audiência: https://brunooliveira.online/2025/03/30/cobram-taxa-de-esgoto-de-todos-e-apenas-26-da-populacao-de-manaus-possui-acesso-a-servicos-de-esgoto-tratado/

Se preferir, também pode assistir esse pequeno Video:

Sobre a Audiência Pública

Participantes e Representações:

  • Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM): Representado pelo promotor de Justiça Lincoln Alencar Queiroz, titular da 52ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon).
  • Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Município de Manaus (Ageman): Responsável pela regulação e fiscalização dos serviços públicos delegados, incluindo o saneamento básico.
  • Concessionária Águas de Manaus: Empresa responsável pela prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na capital amazonense.
  • Conselho Regional de Economia: Entidade que representa os economistas e contribui com análises sobre aspectos econômicos das tarifas e serviços públicos.
  • Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): Instituição que representa os advogados e zela pela ordem jurídica, participando de debates sobre a legalidade das cobranças e contratos.
  • Fórum das Águas do Amazonas: Coletivo que atua na defesa dos recursos hídricos e na promoção de políticas públicas relacionadas à água.
  • Representantes da sociedade civil: Cidadãos e organizações comunitárias interessados na temática do saneamento básico e na defesa dos direitos dos consumidores.

Assista abaixo um breve resumo sobre a audiência publica

Você pode Assista a audiência completa abaixo:

Principais Pontos Debatidos:

  1. Fiscalização dos Serviços Prestados:
    • O promotor Lincoln Alencar Queiroz destacou o papel do MPAM na fiscalização dos serviços de água e esgoto. Ele afirmou: “Nosso objetivo é garantir que os consumidores tenham acesso a um serviço de qualidade e que qualquer irregularidade seja devidamente apurada”.
    • Ressaltou que a maioria das demandas recebidas pela Prodecon são resolvidas de forma administrativa, mas que, em casos mais graves, o MPAM pode intervir judicialmente.
    • Incentivou a população a formalizar denúncias sobre irregularidades para que possam ser devidamente apuradas. “Sem denúncias formais, torna-se mais difícil agir com a devida celeridade”, reforçou.
  2. Problemas no Bairro São Francisco:
    • Foram discutidas as denúncias de moradores sobre problemas na tubulação e suspeitas de despejo irregular de esgoto em igarapés.
    • O promotor informou que o MPAM tem realizado reuniões com o município e com a concessionária Águas de Manaus para buscar soluções efetivas. “Nosso compromisso é garantir que a população não seja prejudicada por falhas na infraestrutura”, declarou.
    • Representantes da comunidade relataram dificuldades enfrentadas diariamente. Uma moradora presente na audiência afirmou: “Temos pagado uma taxa alta por um serviço que não funciona. Muitas vezes, o esgoto retorna para dentro das casas”.
  3. Transparência na Cobrança das Tarifas:
    • A necessidade de maior transparência na composição e cobrança das tarifas de esgoto foi um tema central da audiência.
    • O vereador Zé Ricardo cobrou explicações da concessionária Águas de Manaus: “Precisamos entender como esses valores são calculados e garantir que a população não esteja sendo onerada de forma indevida”.
    • Um representante do Conselho Regional de Economia destacou que a tarifa precisa ser proporcional ao serviço entregue. “Se a qualidade do serviço prestado não justifica a tarifa cobrada, há um problema sério a ser resolvido”, afirmou.
    • Dados apresentados na audiência revelaram que apenas 26% da população de Manaus tem acesso a serviços de esgoto tratado, apesar de a taxa de esgoto ser cobrada de todos os consumidores, o que gerou indignação entre os participantes.
  4. Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário:
    • Debate sobre a qualidade dos serviços oferecidos pela concessionária Águas de Manaus.
    • Relatos de problemas enfrentados pela população, como falhas no tratamento de esgoto e impactos ambientais decorrentes de possíveis despejos irregulares.
    • Um representante do Fórum das Águas do Amazonas alertou para os impactos ambientais: “Os igarapés de Manaus já estão muito comprometidos. Se não houver uma política séria de saneamento, teremos consequências irreversíveis para a cidade”.

Impacto Positivo das Discussões

As discussões levantadas na audiência trouxeram impactos positivos significativos. A pressão popular e institucional incentivou a concessionária e os órgãos reguladores a se comprometerem com maior transparência na cobrança das tarifas e na ampliação da rede de esgotamento sanitário.

  • A Ageman se comprometeu a revisar a estrutura tarifária para garantir que os consumidores paguem apenas pelo serviço efetivamente prestado.
  • O MPAM anunciou que abrirá novos canais de denúncia para que a população possa relatar problemas relacionados à falta de infraestrutura e falhas na prestação do serviço.
  • A concessionária Águas de Manaus declarou que apresentará um plano de expansão para ampliar o tratamento de esgoto na cidade, respondendo à demanda dos cidadãos por um serviço mais eficiente e abrangente.
  • A mobilização gerada pela audiência impulsionou debates sobre uma possível revisão contratual entre o município e a empresa responsável pelo saneamento, visando melhorias concretas para a população.

A audiência pública serviu como um espaço democrático para que autoridades, entidades representativas e cidadãos pudessem dialogar sobre as questões relacionadas à tarifa de esgoto em Manaus, visando aprimorar a transparência, a qualidade dos serviços e a defesa dos direitos dos consumidores.

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