O Polo Industrial de Manaus é uma das maiores potências econômicas da região Norte, empregando mais de 120 mil trabalhadores que possuem um elevado poder de compra. No entanto, um problema significativo surge para esses trabalhadores: o horário de funcionamento do comércio no centro da cidade não coincide com a rotina de trabalho do polo, limitando o acesso a bens e serviços no momento em que eles mais precisam.

O Contexto

Manaus possui um centro comercial vibrante, repleto de lojas, mercados e serviços que atraem moradores e turistas. Contudo, a maioria dessas atividades está concentrada em horários comerciais tradicionais, geralmente das 8h às 17h. Para os trabalhadores do Polo Industrial, que costumam cumprir jornadas durante esses mesmos horários, isso significa que, ao final do expediente, muitas dessas lojas já estão fechadas.

O resultado é um desequilíbrio: enquanto o centro de Manaus perde uma clientela em potencial com elevado poder aquisitivo, os trabalhadores enfrentam dificuldades para realizar compras e acessar serviços básicos, como bancos, farmácias e supermercados.

É bem verdade que os trabalhadores do distrito industrial estão mirando o seu poder de compra em algum lugar. Sobram, os Shopping da capital e as compras online. Compreendemos então os motivos do crescente “boom” de empreendimentos como opção de Centro de compras estilo Shopping, onde, em Manaus temos mais de 8 grandes shoppings com sua grande movimentação econômica no período noturno e também, destaca-se a sempre crescente movimentação de compras online principalmente em Manaus.

Há dois problemas importantes para essas duas opções de compras para os trabalhadores do polo industrial de Manaus, tanto as compras online, como as compras nos grandes shoppings de Manaus, uma boa parcela do lucro dessas modalidades de comercio, não são devolvidas para a economia local, principalmente as compras online e um outro problema é que nos shoppings, os preços sempre são mais caros, quando comparados com os mesmos produtos vendidos no Centro de Manaus, centro de compras esse que faz parte da Zona Franca de Manaus.

Impactos Econômicos

Essa desconexão afeta tanto os trabalhadores quanto os empresários locais.

  • Para os trabalhadores, a falta de acesso ao comércio limita suas opções de consumo, gerando frustração e a necessidade de deslocamentos para outras regiões ou dependência de compras online.
  • Para os comerciantes, a ausência dessa massa de consumidores representa uma perda significativa de receita. Afinal, os trabalhadores do Polo Industrial representam uma parcela da população com salários regulares e potencial para movimentar o mercado local.

Possíveis Soluções

Para resolver essa questão, é necessário um esforço conjunto entre empresários e o poder público. Algumas ideias que podem ser exploradas incluem:

  1. Ampliação do Horário Comercial: Estender o funcionamento de lojas e serviços até mais tarde permitiria que trabalhadores do Polo Industrial tivessem acesso ao comércio após o expediente.
  2. Criação de Polos Comerciais Alternativos: Desenvolver novas áreas comerciais próximas ao distrito industrial, com horários adaptados às necessidades dos trabalhadores seria importante, no entanto, sabemos que, o centro de Manaus está consolidado e experiências parecidas já foram feitas, como por exemplo: o Shopping Cecomiz.
  3. Incentivos Fiscais para Lojas Noturnas: Oferecer benefícios para comerciantes que estendam seus horários, estimulando a adaptação à demanda.
  4. Campanhas de Sensibilização: Informar a população e os comerciantes sobre os benefícios econômicos de atender esse público específico.

Um Cenário de Oportunidades

A sincronização entre o horário comercial e a rotina dos trabalhadores é mais do que uma necessidade: é uma oportunidade de crescimento para toda a cidade. Ao criar condições que permitam que esses consumidores explorem o comércio local, não apenas a economia é impulsionada, mas também a qualidade de vida desses trabalhadores melhora.

O transporte público também precisar ser adaptado à essa demanda que existe, porem, não é explorada!

A pergunta que fica é: estamos prontos para repensar nossos modelos tradicionais e criar um ambiente que funcione para todos? A resposta pode estar na colaboração entre os setores público e privado, abrindo caminho para um futuro mais equilibrado e próspero para Manaus.

Bruno Oliveira.

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